MINAS DA PANASQUEIRA - BARROCA GRANDE

Ser-se mineiro é dureza

É trabalhar com muito afã

É ser-se da Panasqueira

No Concelho da Covilhã

Na Panasqueira me amamentei

Na Barroca Grande andei na escola

De todos os amigos me lembrarei

Enquanto puder ter memória

Brinquei no Cabeço do Pião

No RIO me fiz em idade

Nasci em terra do Fundão

Mas das Minas tenho saudade

Carlos Las Heras

Em homenagem ao

PEDRO ANTÓNIO LOPES MONTEIRO

AMIGOS DE INFÂNCIA

OS VERDADEIROS AMIGOS

Sinto muita tristeza e uma grande saudade pelos amigos da minha infância, eles ainda são personagens principais das minhas histórias e os que não estão entre nós, pois já não são vivos e deixaram um grande vazio que nunca poderemos preencher.

Porque falo neles?

É que desejo prestar-lhes a minha homenagem e penso que recordá-los, como se estivessem presentes e à minha volta, é contribuir um pouco para que continuemos fiéis à sua memória e assim tornar a nossa passagem por este mundo, bem mais gratificante.

Descobri essa irrefutável verdade ao perceber o quanto são raras essas preciosidades que chegam de repente na vida da gente e se alojam de vagarzinho em local especial e essencial da nossa existência.

No decorrer dos anos, encontramos vários tipos de amigos.

Alguns são sonsos, vão se apoderando de nosso carinho como quem não quer nada, até que, quando percebemos, já lhes dedicamos nosso afecto integral...

Outros são mais atirados; quando se aproximam, chegam mostrando claramente como seus olhos sinceros, o quanto nossa amizade é importante para eles...

Alguns chegam necessitando de curativos nos ferimentos causados por amigos que não eram anjos...

Outros chegam para sarar nossos próprios ferimentos...

Alguns são leves e divertidos; mostram-nos a alegria da vida...

Outros, não menos honestos, mostram-nos a seriedade com que a vida deve ser enfrentada...

Alguns têm as suas qualidades tão à mostra, que a um primeiro olhar já sabemos ao que vieram...

Outros tem essas mesmas qualidades muito bem guardadas e precisam ir desvendando-as aos poucos...

Alguns esbarram na gente numa esquina qualquer, sem avisar e nos dão carinhos reais, sorrisos reais, protecção real...

Outros chegam através da Net, de um micro, sorrindo-nos de longe, sem rosto, sem forma, sem voz, mas são igualmente amigos... seus carinhos são telepáticos, mas conseguem perceber se estamos tristes ou alegres, através da fria máquina e fazer-nos sentir abraçados, acarinhados, queridos...

Uns não são melhores nem piores que os outros, são apenas diferentes, com suas qualidades que devemos salientar, com os seus defeitos que devemos enfrentar (pois quando gostamos temos compromisso de ser fiéis até aos defeitos do nosso anjo da guarda).

O importante é tentarmos, ao longo de nossas vidas, termos sempre algum anjo com o qual possamos contar nas horas difíceis para nos dar alento e nas horas alegres para ir com a gente, rir da gente, da vida...

Mas os que nunca esquecemos, mesmo se passaram por nós somente de leve levezinho, nos anos tenros da nossa meninice, e que a vida nos separou para trilharmos cada qual em seu caminho, mas que mesmo assim nos marcaram.

Esses…

Esses são os amigos verdadeiros, os nossos amigos de infância…

Enfim... o importante é termos AMIGOS...

O importante é nunca esquecermos os AMIGOS!!!

E é assim Pedro António que jamais te esqueceremos.